segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Postado por Liz em 27/10/2005 20:29

Postado por Liz em 27/10/2005 20:29

FLORBELA ESPANCA
“O meu talento! De que me tem servido? Não trouxe nunca às minhas mãos vazias a mais pequena esmola do destino. Até hoje não há ninguém que de mim se tenha aproximado que não me tenha feito mal. Talvez culpa minha, talvez... O meu mundo não é como o dos outros; quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que nem eu mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudades... sei lá de quê!”

(Florbela Espanca)


Hoje xeretando orkut alheio, conheci uma
poetiza incrível... quando li, até estremeci de tão na alma que essa poesia me falou. Como diria Milton Nascimento "Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim que pergutnar carece como não fui eu que fiz..." isso hoje a mim também coube a poesia de Florbela Espanca... ainda mais hoje que me sinto tão deslocada de tudo e me vejo num meio tão fora de mim...
Pra que serve tanto estudo se no final das contas nada disso vai me ser útil... Por que com tanta gente no mundo justamente eu tenho que ser tão diferente e amar tudo o que ninguém dá bola? Pra que serve tantos cursos, tanta arte se não sei me colocar nesse meio e trabalhar na minha profissão? Parece que está sempre faltando alguma coisa, que estou sempre atrazada e estou sempre onde não deveria estar... Sabe aquela sensação de estar na hora erraa e no lugar errado? ou em lugar nenhum...
Meu amigo Lincon, que Deus o tenha... pouco antes de morrer me disse que sentia que eu também não estava satisfeita com as respostas que me davam e que eu tb não fazia parte desse mundo... Como eu nunca digo o que as pessoas querem ouvir me fiz de besta pra que ele desenvolvesse o assunto. ele por sua vez tb não queria que eu dissesse simplesmente pq ele tava dizendo e não pudemos mais discutir o assunto... Ele foi embora antes... Só sei que sempre que me sinto assim me lembro dele e desse dia, dessa conversa pouco antes dele partir... e sempre acabo concordando que eu realmente não sou daqui.

Nagmah, Liz, Elisangela... tantos nomes pra mesma pessoa... tantas pessoas dentro de um só corpo... a Nagmah é a criança que nasceu agora e tá curtindo tudo, se lambusando com o mundo. Nasceu mulher, nasceu bonita, conhece a deusa dentro de si. A Liz é a artista, sonhadora, idealista, sofredora, a que ama tudo e quer abraçar o mundo... tem milhares de projetos, não se conforma com as coisas, quer ser grande
enxerga a frente... A Elisangela... pobre Elisangela tentando organizar essas loucas que invadiram seu corpo. Nasceu patinho feio, gordinha, branquela, sardenta, baixinha, de óculos... é a garota tímida que luta com seu mundo interior tentando se adequar ao mundo exterior.. muitas vezes e por anos esmagada e escondida... é o lado responsável, o lado pé no chão... é ela que todos querem que sobreviva dentro desse corpo tão habitado. Por ironia do destino ela é a única que realmente não gostaria de sobreviver.


http://fotolog.terra.com.br/elismiranda:7

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